Cibercultura e a "storytelling" do desenvolvimento sustentável
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##
Resumen
A actual problemática do desenvolvimento sustentável entronca na Cibercultura, uma dimensão «imaginotécnica», em que a raiz ciber é indissociável da artificialidade do «pensamento cibernético». A ideia de sustentabilidade, para além da sua vocação reformista dos mercados, sem regulação, considera primordial consciencializar a nível individual e colectivo para a destruição do meio ambiente, contudo, emergem simultaneamente as cibercracias, como forma de domínio, integrando organizações cujas sinapses estão embebidas nas «redes de redes» à escala global. Esta «alucinação consensual» (William Gibson), forma de tirania tecnológica, está intimamente ligada à crescente militarização das sociedades, e simultaneamente desvela o lado trágico da Cibercultura.
Na Cibercultura engendra-se a imagem do corpo tecnicizado, pois a existência real tornou-se insuportável, os humanos tornaram-se prescindíveis, ao serem substituídos na sua condição escrava do trabalho, por máquinas; o lugar do homem vaporizou-se no lucro das transnacionais.
O desenvolvimento sustentável (sustentabilidade) aparentemente encarna a maior consciência da necessidade do pensamento ecológico como forma de abordar a problemática do domínio total da natureza e da sua conversão em mercadoria.
A condenação do homem ao desastre da errância tecnológica, deambulando pelas redes em busca de sentido para a existência, tem provocado uma mudança profunda em termos imagéticos. Este «nomadismo estático», configura a identidade virtual apolítica. As pessoas passaram a ser vislumbradas como «entidades provisórias» cujo carácter transitório é atomizado e vaporizado no terror da antevisão apocalíptica previsível.
O «citor» é uma entidade mediadora não privilegiada (mecanismo natural finalizado) que transporta a nostalgia de uma história de vida enquanto espécie, mas cujo relacionamento com a natureza se encontra cada vez mais dependente de interfaces de dispositivos tecnológicos tão sofisticados que podem manipular a própria composição genética do organismo humano (nanotecnologias), criando mutações apenas sonhadas pelos deuses.